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Quando se fala de comércio no Rio no início do século XIX,

não se pode deixar de lado a participação dos trabalhadores escravizados de origem africana, já que eles realizaram duros trabalhos e, forçosamente, contribuíram para o desenvolvimento das atividades comerciais da cidade sem delas tirar nenhum ganho. Sabe-se que muitos trabalharam em lavouras, construções, propriedades particulares e até mesmo como ambulantes para aumentar o ganho de seus senhores. Mas entre as mais duras atividades realizadas não se pode esquecer daquelas efetuadas nas pedreiras. Entre as funções executadas nas pedreiras pode-se destacar a retirada de minério à marretadas, trabalho exercido pelos “cavouqueiros” ou “cabouqueiros”. Havia ainda os “lascadores de fogo”, encarregados de abrir as minas com explosivos, os “macaqueiros”, que tiravam da pedra o material necessário para produzir “macacos” (como eram chamados os paralelepípedos) e os “canteiros”, que produziam pisos e ornamentação de cantaria. Os “feitores” eram os profissionais encarregados pela fiscalização e gerência do trabalho executados pelos escravos e tinham como missão garantir a qualidade da produção.  Já os concessionários, construtores e comerciantes eram, de fato, os grandes beneficiários dos lucros advindos dessa produção. O trabalho executado na pedreira era pesado e os acidentes constantes. Muitas mortes foram simplesmente ignoradas pelo poder público ou, quando noticiadas, culpabilizavam a vítima que era, normalmente, um trabalhador negro. Entre as pedreiras do princípio do novecentismo estava a do morro da Conceição, que era acessada pela rua da Pedreira (hoje conhecida como rua da Conceição). 

 

Referências: 

SANTOS, 1943

MOTA e PAMPLONA, 1982, p.63 e p.64

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