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A rua da Quitanda

foi, ao longo da história da cidade, um importante ponto mercantil. A via ligava o extinto Bairro da Misericórdia ao Bairro da Prainha. Começava na rua do Porto, depois da rua São José, e ia até a horta dos frades na rua de São Bento. Teve vários nomes, entre eles, Açougue Velho, pois, no início do século XVII, havia lá um talho de carne verde. Chamou-se, no final do mesmo século, Rua da Quitanda Velha ou da Quitanda dos Pretos até que comércio de escravos foi transferido da região da igreja da Santa Cruz dos Militares para as imediações da Alfândega.

 

No princípio do oitocentismo, intitulava-se Sacurusarará no pedaço compreendido entre a rua do Ouvidor e a Sete de Setembro. Por trás desse título há uma anedota. Como explica Cohen, morava na via um médico inglês que, ao saber da forte crise de hemorroidas de seu vizinho, afirmou: “Oh! Non ser nada, o sêo...sarará”. O logradouro mudou mais algumas vezes de nome até que, 1892, por resolução da Intendência Municipal (dec. 1165 de 31 de outubro de1917), retomou o nome tradicional de rua da Quitanda, como conhecemos hoje. Em linhas gerais, possuía moradias humildes e comércios modestos na região. 

No início do século XX, a rua da Quitanda não foi contemplada pelas obras de reconfiguração implementadas por Pereira Passos, mas abrigou algumas empresas responsáveis pela modernização do Rio de Janeiro em dois momentos diferentes. Nos anos 1860, contava com a presença da empresa de Carris de Ferro da Tijuca - a primeira empresa de bondes da cidade. Mais tarde, no começo do século XX, instalou-se nessa via a usina elétrica que servia à Societé Anonime du Gaz, liderada por Braconnot e Irmãos - empresa foi contratada em 1904 para iluminar a Avenida Central que já estava em construção. Também se encontravam ali algumas sociedades assistencialistas como a Associação Cristã de Moços, incentivadora dos princípios cristãos, e a Associação de Senhoras Brasileiras, dedicada ao amparo à mulher. Além disso, ficavam alguns dos mais importantes consultórios médicos do início do século XX, como o do alopata Brício Filho e do homeopata Joaquim Murtinho (nomeado Ministro da Fazenda na gestão de Campos Sales).

Referências: 

GERSON, 2013, p.98

MORALES DE LOS RIOS FILHO, 2000, p.360

COHEN, 2001, p.17

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