
A rua da Alfândega
sempre foi importante para o comércio. Obteve esse nome em 1716, porque na orla em frente a ela estava instalada a Alfândega – instituição que vistoriava bagagens e cobrava impostos sobre as mercadorias recebidas ou despachadas na região portuária. Essa via, assim como a rua do Ouvidor, também teve sua história marcada pela chegada de estrangeiros, entre os quais alguns leiloeiros ingleses, como J. J. Dodsworth, que também vendia o jornal Correio Brasiliense (1808-1822), de Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, impresso em Londres. A publicação defendia ideias liberais, como a adoção de uma monarquia constitucional e o fim da escravidão, o que transformava a via em um centro de contestação do poder vigente.
Morales de Los Rios Filho nota que, ao contrário das demais ruas transversais à rua Direita, a rua da Alfândega era bastante valorizada desde o início do século XIX. Segundo o autor, uma casa na região custava em torno de 1.600$000 rs, valor inúmeras vezes mais alto do que o encontrado nas vias próximas. Certamente, a proximidade da alfândega atraiu para a via residentes mais abastados, elevando o valor das propriedades ali instaladas.
Referências:
MORALES DE LOS RIOS FILHO, 2000, p.360
Ibid., p.74