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Em 1799, os comerciantes registrados já somavam algumas centenas, distribuindo-se pelas mais diversas atividades. Havia 40 casas de café, 17 casas de pasto e 334 tavernas (incluíam botequins); nove lojas de louça fina e vidro, 18 de ouro lavrado, 41 de prata lavrada; 10 relojoeiros, 85 alfaiates, 24 lojas de ferragens e dois livreiros, além de uma grande quantidade de armazéns, peixarias, quitandas e açougues. Também constavam no “Almanaque histórico da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para 1799” 20 cabeleireiros, 37 barbeiros e 15 tinturarias” (KESSEL, 2003, pág. 13).

No século XVII é na antiga rua da Direita (atual Rua Primeiro de Março), ainda uma estreita faixa de terra limitada pelas águas da baía da Guanabra, que nasce e se concentra todo o comércio na cidade do Rio de Janeiro, abastecendo não somente os moradores da Colônia, mas também comerciantes que transportavam produtos para a América Espanhola. Num tempo onde o açúcar muitas vezes era usado como moeda de troca, a ênfase era nos produtos alimentícios - produtos das roças e engenhos – além daqueles que chegavam por navios europeus como vinho, vinagre e azeitona; veludo, tafetá e chapéus. Em 1649 é criada, pela Coroa Portuguesa, a Companhia Geral de Comércio do Brasil e no final deste século a descoberta de ouro nas serras das Minas Gerais beneficia a cidade como escoadouro de metais preciosos e fazendo dela o ponto de partida para o abastecimento das regiões exploradas do interior.

No século XVIII, mesmo com o declínio da extração do ouro nas Gerais e a restrição do comércio pelo monopólio de compra e venda com Portugal, os comerciantes da cidade do Rio de Janeiro já faziam parte da elite carioca, junto com os burocratas metropolitanos e os proprietários rurais.

/Antigo

 Comércio

 do Rio

Exemplos Notáveis

Livraria Laemmert

Rua da Quintanda, n° 77, depois tipografia para publicar suas edições na rua do Lavradio, n° 65, transferida para rua dos Inválidos, n° 93

Fundada em 1834 pelos irmãos alemães Eduardo e Henrique Laemmert, sob o nome de Livraria Universal. Comercializavam livros e música. Mais tarde, em 1838, fundaram a Tipografia Universal (Tipografia Laemmert) que começou a editar livros de autores nacionais.

Eram especialistas na edição de folhinhas literárias, mapas da cidade e guias de bolso com todos os tipos de informações úteis e curiosas. Lançaram diversos autores brasileiros e publicaram, de 1833 a 1930 o “Almanak Laemmert” que fornecia informações sobre o comércio, finanças e sociedade brasileiras.

Livraria Garnier

Rua do Ouvidor, n° 69, depois 65 e depois 71

 

Fundada em 1846 por Baptiste Louis Garnier em frente a “Livraria Universal”, de E. & H. Laemmert, que se tornou seu principal concorrente. Tornou-se um dos principais editores do Brasil da segunda metade do século XIX, editando seus livros no Brasil e imprimindo-os em Paris e Londres.

Teve sua própria tipografia (a “Tipografia Franco-americana”) e deve-se a Garnier o formato francês dos livros que o Brasil adotou (7º e 12 alongado).

Publicou, pela primeira vez, obras de Machado de Assis. Em 1893 tornou-se filial da Garnier Frères de Paris e fechou em 1934.

Casa Granado

Rua Direita / Primeiro de Março, 16

 

Em 1870, o português José Antônio Coxito Granado fundou a Botica de Barros Franco, que deu origem a Casa Granado. No início, a pharmacia manipulava produtos com extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras, cultivadas no sítio de Coxito, em Teresópolis. Além destes, importava produtos da Europa e adaptava suas fórmulas aos padrões e necessidades brasileiras. Logo se tornou um dos fornecedores oficiais da Corte Portuguesa e, em 1880 o então Imperador D. Pedro II conferiu ao estabelecimento o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira. Seus produtos mais famosos são o polvilho Granado e os sabonetes de Glicéria com base vegetal e 100% naturais.

Casa Leuzinguer
(papelaria e oficina de encadernação para obras impressas e álbuns).

Rua do Ouvidor, n° 36

 

Em 1840, o suíço Georg Leuzinger adquiriu uma pequena papelaria que rebatizou com o nome Casa Leuzinger, transformando-a em oficina de gravura, tipografia e litografia.

Tornou-se referência em impressão e artes gráficas e, ainda em 1840, instala um ateliê fotográfico, destacando-se como centro de divulgação em gravura e fotografia e transformando-se numa das maiores empresas de impressão e artes gráficas do século XIX.

Tabacaria Africana

Praça XV, n° 38

Fundada em 1846 é uma das casas comerciais mais antiga do Rio de Janeiro e a tabacaria mais antiga do Brasil. Acompanhou a evolução da cidade desde os tempos do Império até os atuais. D. Pedro II, Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas foram alguns de seus clientes frequentes.

Bar Luiz

Rua da Assembleia 102, posteriormente rua da Carioca, 39

Fundado por Jacob Wendling, judeu-alemão, em 3 de janeiro de 1887, ainda no Segundo Reinado, no número 102 da rua da Assembleia. Chamava-se originalmente Zum Schlauch ("À

Mangueira" ou "À Serpentina" em alemão), em referência ao fato de, ali, vender-se chope que circulava dentro de uma serpentina imersa no gelo. Foi a primeira cervejaria da cidade, e, talvez, do Brasil.

Em 1915 muda de nome, passando a se chamar Bar Adolph. Em 1942, com o advento da II Guerra Mundial, e dos movimentos antifascistas no Brasil, esteve ameaçado de ser destruído por estudantes do Colégio Pedro II que imaginavam que o nome do estabelecimento era uma homenagem a Adolf Hitler. O estabelecimento só não foi destruído por interferência do músico Ary Barroso. Por conta do episódio, Ludwig, que havia assumido a direção do bar em 1926, naturalizou-se brasileiro e adotou o nome de Luiz, nome pelo qual o bar passou a ser conhecido daí por diante.

/Quer saber mais sobre o comércio do Centro no século XIX?

Referências:

 

KESSEL, Carlos. Um balcão na capital: memórias do comércio na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: SESC, 2003.

 

SENNA, Ernesto. O velho comércio do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2006.

Hotel do Globo

Rua Direita n° 7

Em 1843 o italiano Antônio Francioni estabeleceu nos prédios nos 7 e 9 da rua Direita uma confeitaria e café. Mais tarde, ampliando o negócio, passou a fornecer também iguarias para banquetes e tinha um grande depósito de gelo. De início, o estabelecimento se chamava Hotel do Norte. Por volta de 1860 passou o estabelecimento à viúva Carceller, Filho & Guimarães, O estabelecimento passou, depois, para outros donos, que, em 1875, João Correia da Silva, estabeleceu no pavimento térreo do prédio n° 7 um botequim e nos andares superiores um hotel restaurante chamado Hotel Globo.

Casa Cavé

Rua Sete de Setembro, 133

Fundada em 1860 pelo imigrante francês Auguste Charles Felix Cavé, na rua Sete de Setembro, 133, esquina com a rua Uruguaiana. D. Pedro I, Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Tarsila do Amaral, Nelson Rodrigues entre outros, eram clientes frequentes da confeitaria.

Casa Cavé

Rua Sete de Setembro, 133

Fundada em 1860 pelo imigrante francês Auguste Charles Felix Cavé, na rua Sete de Setembro, 133, esquina com a rua Uruguaiana. D. Pedro I, Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Tarsila do Amaral, Nelson Rodrigues entre outros, eram clientes frequentes da confeitaria.

Confeitaria Colombo

Rua Gonçalves Dias 32

O primeiro comércio com características de confeitaria no Rio de Janeiro foi o Café Braguinha, fundado em 1824 na praça da Constituição (atual Tiradentes). Porém, o primeiro a ostentar o título de “Confeitaria” foi a Carceller, fundada em 1847, na rua Direita.

A Confeitaria Colombo foi fundada em 1894, pelos imigrantes portugueses Joaquim Borges de Meireles e Manuel José Lebrão. Entre 1912 e 1918, os salões do interior da Confeitaria foram reformados com um toque Art Noveau, apresentando com enormes espelhos de cristal trazidos da Antuérpia e emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá. Os móveis de madeira do interior foram esculpidos na mesma época pelo artesão Antônio Borsoi.

Leiteria Mineira

Fundada por volta de 1907 pelos mineiros da Fazenda Socego do interior de Minas. Inaugurada na Galeria Cruzeiro, dentro do Hotel Avenida, na av. Rio Branco, Centro do Rio, para dar saída à sua produção de laticínios. Na década de 50, com a demolição do Hotel Avenida para a construção do Edifício Avenida Central, a Leiteria Mineira mudou-se para a Rua São José, no 82. No final dos anos 70, com a venda do sobrado da Rua São José, a Leiteria Mineira passou para o seu terceiro e atual endereço, na Rua da Ajuda, 35.

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